Reflexão Acerca da Felicidade

Hoje à conversa com uma amiga, sim daquelas amigas que foram entrando sem te aperceberes e ganhando a sua importância naqueles momentos mais complicados, disse-me a um determinado tema de conversa num fim de tarde de Verão:

- E porque não ?

Eu respondi-lhe muito sinceramente:

- Porque não, porque não dá, nem jamais dará.

Após ouvir tais declarações, diz-me com um ar muito sério:

- Tu és tão nova e vivemos apenas cem anos e senão aproveitarmos ou usufruirmos a vida que temos nunca sabemos se seremos felizes.

Certo é que ela tem a sua razão (não toda, mas tem). Passamos os dias com preocupações mesquinhas de vermos infelizes os outros porque essas infelicidades é que nos dão a tal felicidade e glória interior; esquecendo-nos, por vezes, que não necessitamos disso para sermos felizes, que basta sonharmos e lutarmos para alcançar a vitória de ser feliz. E quanto à infelicidade dos outros, é um acto um tanto ou quanto mesquinho. As pessoas aprenderam a viver uma vida que não a própria deixando de lado o que tanto queriam alcançar na sua tenra idade. Deixaram de ter a força de viver, a vontade de lutar e chegar mais alto. Deitaram por terra toalhas e estão tão cansadas da infelicidade dos outros que insistem em não dar uma segunda oportunidade à verdadeira felicidade de viver. A que está presente num sorriso genuíno, num abraço bem forte, num beijo de amigo, numa palavra bem dita. São estes pequenos gestos que dão calor aos nossos tão atarefados dias.

Posto isto, apenas respondo:

- Não sei, talvez um dia.